Cor. 13.11 – Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino, e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino.
Quando se é pequeno, tudo se torna bem mais simples do que parece.
Construir o próprio patrimônio, chegar à lua, viajar pelo mundo, trabalhar naquilo que gosta.
O curioso é que quando crescemos todos esses desejos permanecem com a gente, eles não se desvanecem.
Alguns podem virar realidade, outros podem simplesmente continuar como sonhos.
Algumas coisas acontecem na vida da gente quando criança, que parecem ser somente do tempo de criança, como a pergunta:
O que você quer ser quando crescer?
Engenheiro, médico, professor, motorista de caminhão de lixo?
Saber essas respostas não será o fim de suas buscas, mas o ponto de partida.
Alguém um dia disse, e depois alguém escreveu: “quando há um badalar de um sino, mesmo que seja só um, o seu som nunca acaba, apenas vai ficando menor, mas reverberando, a um ponto de não conseguirmos mais ouvi-lo”.
Assim são nossos sonhos.
Não importa os que eu consegui realizar, e não importa onde cheguei, e posso não ter transformado o mundo, nem chegado à lua, nem viajado pelas estrelas; mas tudo me trouxe muita experiência.
Como disse o som nunca acaba, apenas fica reverberando…
Assim são nossos sonhos, eles não se desvanecem…
Quando os sonhos não realizados, que estão reverberando bem lá no fundo, que não conseguimos mais ouvir, transformam se em sentimentos, e vem perturbar nossos novos sonhos, parece que agora vai ficando mais claro…
Esse sentimento chama-se inveja.
A inveja é o reconhecimento daquilo que está guardado bem lá no fundo, e que você não consegue mais reconhecer.
A inveja é um excelente indicativo para o auto- conhecimento.
A inveja é um mal ou um bem secreto, que alavanca o conhecimento sobre si mesmo.
Não concorde comigo, pense.
O outro é irrelevante na sua vida…
Não existe tristeza pela felicidade alheia, o que está acontecendo é infelicidade, raiva; um tipo de cegueira que me impede de ver minhas potencialidades apagadas.
Nunca interessou para ninguém onde o vizinho está, nem como conseguiu chegar lá, o que realmente interessa e está pegando: é onde você está, e porque parou, parou porque?
“Agora vemos por espelho em enigma”, e essa história de que sua alegria me incomoda, sim isso é verdade, pois afinal esse espelho de mim que reflete em você, não apresenta o meu sucesso, nem meu sonho realizado, mas um trabalho ainda por realizar, e que está parado, uma meta que ficou perdida.
O sentimento de inveja não tem nada a ver com o outro, mas tem tudo a ver com você.
Não existe inveja branca, ou inveja negativa, ou olho grande, não tem nada a ver com o outro, nem onde ele está, não existe uma meta, nem a estabeleço para chegar onde ele está, tudo isso não é um erro de estratégia, tudo isso é apenas um erro de interpretação, afinal não sei o que estou sentindo nem sei porque o que vejo incomoda a minha dor.
Ao me rejeitar, não aceito o sucesso daquilo que vejo, então a culpa é do que vejo.
A inveja limita o desafio, limita o andar da carruagem.
Inveja é o reconhecimento da incapacidade, de produzir a própria felicidade, porque o referencial conseguiu.
A inveja é uma impotência, uma fraqueza, uma incapacidade de produzir a própria felicidade.
Não copiamos quem está longe, porque não vemos.
A vitória de qualquer pessoa não muda em nada a minha vida.
Não há nada em mim que alguém tenha mais que eu.
A inveja é uma ferida que precisa ser trabalhada, entendida.
Sou convidado a um crescimento constante.
Achar que a pessoa ao meu lado é genial, é projetar o que sou nela, e entender que apenas não consegui fazer brotar a minha semente.
Se o que vejo me incomoda, é porque sepultei meus sonhos, e assim como Lázaro, preciso abrir essa caverna, e ressuscitar meu amigo, aquele que me acompanha a vida toda, e não posso deixar que ele morra, mesmo que três dias tenham se transformado em dezenas de anos.
Toda competição é com a gente mesmo, pois não existe o outro, apenas vemos por reflexo em enigma.
Reconhecer que existe uma zona escura, nos impede de atacar o sol alheio, e analisar a inveja por esse prisma faz com que eu consiga me entender mais.
Quando falo dos outros estou falando de mim, então, porque dar essa bandeira?
“Felicidade é o exercício de nossas potencialidades”, nem sei se essa definição já existe, mas a tenho comigo como uma verdade.
Mudar todo o trajeto, dar uma guinada na vida, faz a gente sentir muito medo, talvez o mesmo medo dos grandes descobridores, que atravessaram os mares da vida para descobrir novos mundos, mas com certeza, o descobrimento dos sonhos enterrados, trará de volta uma grande alegria, uma grande aventura ainda por realizar, e esse sentimento chama-se vida.
Troque a inveja pela vida, desenterre sempre seus sonhos, e tragam-nos de volta à vida.
Quando fazemos isso sentimos na pele aquilo que chamamos vida, e se existe vida em realização, não existe espaço para a inveja, esse sentimento mal interpretado, que só nos causa cegueira.
Estou de volta à vida, e quando Elon Musk, estiver viajando para realizar seu sonho de chegar a Marte, talvez encontre comigo pois já estou viajando nos meus sonhos junto às estrelas.
Posso ainda não ter nem foguete, mas já está em construção, um caminho só de ida, não existe rota de fuga, e pode ser um longo trajeto, mas cada passo me deixa mais perto, e não é importante que esse passo seja muito pequeno, o que importa é a meta que já está definida.
Quando definimos a meta, e partimos em curso, a vida se manifesta, e não há espaço nenhum para a inveja.
Nos encontraremos todos no topo.