Junto com o tempo, vem o cansaço, a disposição não é mais a mesma, o tino curioso arrefece, o juízo parece mais centrado, o tempo diminui, mas perdemos a pressa, e temos muito mais tempo para decidir.

É muito interessante diminuir a marcha, as imagens continuam passando, e podemos observar com muito mais nitidez.

Parece que tudo no começo era preto e branco, e agora impera um grande arco íris que dá cor a todas as coisas.

Onde as casas eram de tabuas, e a iluminação do lampião a querosene que deixava tudo com um tom amarelado, e de repente aparece o lampião a gás deixando tudo mais branco, um progresso inimaginável, e meu coração palpitava pelo novo.

 Como poderia imaginar que aqueles barracos dariam espaço para arranha céus todos revestidos de espelho escuro, iluminados com refletores por fora até bem perto das nuvens.

As pontes suspensas por cabos banhadas por luzes multicoloridas, ultrapassam os rios que refletem os edifícios de ponta cabeça, duplicando a modernidade.

Da para perceber claramente uma geração partindo e uma outra chegando com força, os elementos confundem-se, mas não se pode negar um colorido muito intenso.

Existe um movimento generalizado que empurra os indivíduos, governos, instituições, em crises de dimensões planetárias, entrando em choque com uma grande transformação, uma cultura declinante que se recusa a mudar aferrando-se com suas ideias obsoletas.

Existe um declínio inevitável que acabará por desintegrar-se ao mesmo tempo que uma cultura nascente continuará inevitavelmente ascendendo e assumira finalmente seu papel de liderança.

O Armagendon não se travará naquele vale, mas no altar da consciência de cada um.

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