O Mestre previu que a igreja sucederia ao progresso do Reino de Deus na Terra, e sabendo disso nunca se opôs que os apóstolos praticassem o batismo de João Batista.
Jesus ensinou que aquele que tem fome e sede de retidão, e de Deus seria admitido no Reino de Deus pela fé, os apóstolos ensinavam que esse crente seria admitido dentro da organização social dos discípulos por intermédio do batismo, e mais tarde essa organização social levou o nome de igreja.
Para que houvesse coerência com os ensinamentos do Mestre, estabeleceram a ideia de estabelecer o Reino futuro, e a verdadeira vida estava no apogeu da era Cristã, com a segunda vinda do Cristo.
O conceito de Pai e Filho ficou perdida ao substituírem o Reino espiritual pela comunidade social da igreja.
Paulo de Tarso fez uma composição dos conceitos gregos, persas, acrescido da doutrina de Filo, sobre o temporal em contraste com o espiritual, e se tornou uma das sociedades mais progressistas do planeta.
Os ensinamentos de Jesus ficam relegados ao mundo material, e a premissa de que o Reino divino (o espiritual) estaria dentro do coração dos homens, materializa-se na igreja, tira o poder de dentro de cada um e joga para fora, sendo preciso uma força externa para elevar o homem a Deus, ficando assim dependente de um poder material externo.
Podemos ter as nossas diferenças de compreensão intelectual e de interpretação, até níveis variados de graus de socialização, mas a falta de fraternidade espiritual não apenas é indesculpável, como é repreensível.
O reino que Jesus concebeu, fracassou amplamente aqui na Terra, até o momento presente, uma igreja exterior tomou seu lugar.
Temos que compreender que existe uma dificuldade muito grande de materializar uma ideia espiritual, e que o tempo é diferente nesses dois mundos.
A igreja é apenas uma semente do Reino espiritual obstruído que ainda não foi germinada devido o solo estar muito estéril. A igreja cristã torna-se a crisálida dentro do qual o Reino de Deus está agora adormecido.
O reino da irmandade divina ainda está vivo, e estamos na era em que sairemos dessa submersão, tal uma borboleta que por fim emerge, de uma criatura pouco atraente, com um desdobramento da beleza, e fruto de um desenvolvimento metamórfico.