Não vou falar nada de nada, a não ser daquilo que interessa para você.
Afinal o que interessa, é qualquer coisa que traga prazer.
Autogratificação é o que todos procuramos, seja: comida, jogos, humor, sexo periódico.
Os três grandes incentivos da vida são: autopreservação, automanutenção, e a autogratificação.
O matrimônio foi a primeira instituição que garantia esses três incentivos: a propriedade no que diz respeito a automanutenção, os filhos garantiam a autopreservação, e sexo a autogratificação.
À medida que o cérebro humano se desenvolvia, surgiu o espirito lúdico associado ao humor, e nasceram os jogos e as estórias, e isso aumentava a autogratificação.
Só que houve um certo fracasso na evolução em edificar qualquer outra forma de autogratificação.
O aumento de capital e o matrimônio fracassaram como instrumento de autossatisfação.
Hoje o homem quer mais, e a combinação da inquietação, da curiosidade, e da aventura, exige um salto para uma grandeza maior.
Existe algo superior que chama, uma fome de satisfação não física.
A fome da alma.
Esta não pode ser satisfeita por meio dos prazeres físicos, e através de uma longa luta biológica de elevação, o homem fez por merecer a meta do destino, descortinando em si: o princípio da adoração.
Adorar é mais do que gostar.
Adoração envolve uma emoção mais forte e apaixonada, expressa uma necessidade de uma conexão emocional mais intensa e profunda.
A adoração nos coloca em posição inferior, incita-nos a um sentimento de reverência e admiração.
A adoração é uma busca de algo inefável, indescritível, devido à sua beleza e grandeza incomensurável.
Na busca insaciável pela adoração surgiram as religiões.
O homem cria suas religiões primitivas dos próprios temores e por meio de suas ilusões.
Os animais não possuem ilusões, portanto não tem religiões.
A religião primitiva é de natureza intelectual baseada inteiramente em circunstâncias das suas relações com o ambiente.