Os cientistas da psique humana, que também é conhecida como microcosmos, afirmam que existe um centro regulador, uma espécie de núcleo atômico no nosso sistema psíquico.

Os homens por intuição sempre estiveram conscientes desse centro: os gregos o chamaram de “Daimon”, no Egito de “Alma-Ba”, os romanos de “gênio”, em muitas sociedades primitivas foram chamados de “espirito protetor encarnado”.

Os índios Naskapi, habitantes da península do Labrador, no nordeste do Canadá, concebiam esse espírito encarnado, de uma forma muito pura, uma vez que não vivem em comunidade; são caçadores simples que vivem em grupos familiares isolados, e tão separados uns dos outros que não conseguiram desenvolver costumes tribais, nem crenças e cerimonias religiosas coletivas.

Ao longo de sua vida solitária o caçador Naskapi tem que contar apenas com suas vozes interiores, revelações do seu inconsciente.

No seu universo elementar, essa voz é apenas um ‘companheiro interior”, que o chama de Mista’peo, “Grande Homem”, ou “meu amigo”.

O fato de uma vida solitária faz com que os Naskapi vivam uma vida interior muito intensa, e pedem que o “Grande Homem” mande os melhores sonhos que passam a servir de instruções, possuem uma intuição aprimorada, mentiras e desonestidades afastam o “Grande Homem”, do reinado interior do indivíduo, enquanto a generosidade e o amor ao próximo, e aos animais lhes fortificam a vida.

O mundo onírico dos Naskapi, orientam o bom caminho, equilibrando suas forças e unindo-os com a natureza, prevendo o tempo e dando-lhes conselhos inestimáveis na caça, da qual depende suas vidas.

Um povo primitivo que ainda não foram contaminados pelos costumes do coletivo, e guardam uma intuição natural do seu centro regulador.

O mundo civilizador afasta a possibilidade de haver mais do que a consciência que dá razão ao entendimento, ficando o homem impedido de solidificar suas bases, e sente-se incompleto.

Existe uma totalidade inata no interior humano, e que fica escondida na psique, que só se torna plena e realizada, se vivida.

Se existe algum talento dentro de nós, e nossa consciência não sabe, ela fica ali escondida como uma semente, esperando a oportunidade; e que pode ser comparado a um tormento não identificado.

O processo de individuação só é real se o individuo estiver consciente dele, e para isso tem de ser vivido, experenciado.

Uma semente é uma forma latente de uma árvore, e que só evolui dentro das condições favoráveis à sua fertilidade que é o sol, a chuva, o terreno; e somente assim a árvore estabelece sua totalidade emergindo no campo existencial.

Esse mesmo processo sob certa perspectiva, acontece no homem como em qualquer outro ser vivo, de maneira espontânea e inconsciente.

A arvore não tem consciência do processo de sua existência, mas o ser humano certamente é capaz de participar de maneira consciente de seu desenvolvimento, tomando decisões que propiciam um levante auspicioso, e essa cooperação é um processo de individuação no seu sentido mais preciso.

A busca consciente dessa individuação sugere uma participação subjetiva intervencionista ativa e criadora de alguma força supra pessoal.

O mesmo que dizer que nosso inconsciente está nos dirigindo a um desígnio secreto, como se algo estivesse nos olhando, e que não vemos, mas que nos vê, um monitor misterioso.

Essa consciência deve ser treinada a ser capaz de ouvir atentamente e entregar-se sem qualquer outro propósito ou objetivo, ao impulso interior de crescimento.

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