O homem tem uma relação dupla com a natureza.
O homem é parte da natureza, ele existe na natureza, e ao mesmo tempo é capaz de transcender à natureza.
Enquanto corpo o homem é finito, enquanto alma ou espírito ele é infinito.
Essa situação proporciona um potencial para o erro enquanto corpo, e também um potencial para a perfeição enquanto espírito.
Essa dicotomia social e moral está carregada de grande incerteza e de uma ansiedade considerável.
Esse dilema está atrelado ao fato de um estado de subserviência à natureza, e ao mesmo tempo à uma liberdade única da escolha e da ação do espírito, que o torna triunfante sobre todas as coisas materiais e temporais finitas.
Essa conquista da natureza requer uma coragem que pode sucumbir ao orgulho que sente de si próprio, o mesmo orgulho que o faz transcender e deificar a sua própria consciência.
Esse paradoxo de perfeição e imperfeição tomado pelo orgulho e arrogância leva o homem ao erro constante.
A mente humana só pode controlar a energia por meio da manipulação inteligente dos potenciais metamórficos das causas e efeitos nos domínios físicos, e faz isso na medida que se torna mestra nos segredos da energia do universo físico.
O homem pode mudar a sua realidade física, seja nele ou no meio ambiente, e somente obterá êxito na proporção em que haja descoberto os modos e os meios de controlar a matéria e dirigir a energia.
A mente sem assistência é impotente para influir sobre o mundo material, exceto no próprio mecanismo físico ao qual está vinculado.
O uso inteligente do mecanismo do corpo pode criar outros mecanismos de relações energéticas e relações vivas, e com a utilização das quais essa mente pode controlar e até dominar o seu nível físico no universo.
A ciência é a fonte dos fatos, e a mente não pode operar sem fatos, e esses fatos edificam blocos na construção da sabedoria, que vão sendo cimentados edificando o nosso templo interior.
A expansão do conhecimento material permite uma maior apreciação intelectual dos significados das ideias e dos valores dos ideais.
A capacidade do homem de transcender a si próprio é uma coisa que o distingue do reino animal.
Preste muita atenção ao orgulho, porque ele é o causador de decepções tanto para o indivíduo, quanto para um grupo, uma raça ou uma nação, e é literalmente verdade que:
“o orgulho vem antes da queda”.
O conflito interminável dessas duas naturezas, a urgência da ambição em oposição a indolência animal; os ideais de um povo superior trespassados pelos instintos de uma raça inferior; os altos propósitos de uma grande mente, antagonizados pelo impulso de uma hereditariedade primitiva; a visão ampla de um dirigente perspicaz desse espirito condutor contrafeita pela visão estreita de uma criatura do mundo do tempo e do espaço; os planos progressivos de um ser em ascensão, modificados pelos desejos e aspirações de uma natureza material; os lampejos da inteligência universal, cancelados pelos comandos da energia química da raça em evolução; o impulso assistido da perfeição em oposição às emoções de um animal; o aperfeiçoamento de um intelecto, anulado pelas tendências do instinto; as aspirações ao que há de melhor sendo obliteradas pela inconstância do pior, o voo do gênio, neutralizado pelo peso da mediocridade, a arte a beleza manchada pela impureza, a pujança da saúde neutralizada pela debilidade da doença, a fonte da fé poluída pelos venenos do medo, o manancial da alegria amargurado pelas aguas da dor, a felicidade da antecipação desiludida pela amargura da realização; as alegrias da vida sempre ameaçadas pelas dores da morte.
Tal é a vida nesse planeta!
E ainda assim com a união consciente desse espirito, dessa alma estamos sobrepujando ascender aos salões do julgamento de uma vida sem par.
Atender ao eco distante desse espirito ou alma dotada de perfeição, mesmo sabendo que ela não pode alterar materialmente a nossa luta, que ela não pode alterar as durezas da vida, nesse mundo de trabalho extenuante.
Esse residente pode apenas refrear-se pacientemente, enquanto lutais na batalha da vida neste planeta, mas podemos se quisermos trabalhar, lutar e suar e permitir que esse valente e esperançosa alma lute conosco e para nós.
Somente assim poderemos ser confortados, seduzidos e cativados, e permitir que ela nos mostre e ilustre os motivos reais e o objetivo final e o nosso proposito nessa vida, sempre visando a montanha acima, contra os problemas banais desse mundo material atual.
Enquanto lutamos corpo a corpo com as dificuldades temporais e materiais, porque não permitir que esse espirito nos fortaleça com as verdades espirituais do poder cósmico,
Enquanto caminhamos cegos com as dificuldades, e perplexidades da hora presente.
Enquanto estamos sendo afogados na nevoa das incertezas que assediam a nossa jornada, porque não permitimos a ser esclarecidos e inspirados pelo ponto de vista universal, espiritualizando o nosso modo de pensar ainda que nossos pés continuem nas rotas materiais dos empreendimentos da matéria.